segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Primaveral...

..

E novos relances, cores, contornos ressurgem nesta época do ano.
Todos os anos.
é quando tudo cria vida, cria corpo ...espaço e tempo de deslumbres.

Talvez seja quando também eu fique assim, irrefletida, nostálgica...
Necessitada de uma magia que me englobe do infinito para sempre.

E é também quando ressurgem as flores floreadas de amarelo.
Como eu: sozinhas, doces, belas..

Sua cor, como a luz, invade minha retina, me entorpece... me faz querer mais.
E me sinto tão flor-amarela: sozinha, sozinha, sozinha.

Hoje talvez seja um dos meus dias ideais de escrita. Quando estou triste, melancólica, desamada, querendo que o mundo me ouça, todos me ouçam, pra que, desta forma, eu não precise mais me ouvir, me compreender, me ser.

Vontade enorme de mudar para um mundo de outros navios, com outras gentes ou, quiçá, nenhuma gente... onde eu possa ser e me aceitar. ..onde eu não precise aceitar outrem... onde o fio fino do hálito morno de minhas palavras injustas seja apenas engolido por mim.
Numa ansia de ser sentida de dizer palavras de cozer esperanças.

Amo com a natureza selvagem de proteção e atenção e zelo, talvez, desnecessários ou exagerados. Amo com meus traços rudes e generosos... com a predisposição de ser amada tal qual me ofereço.

Sinto os dias passando e em mim esse sentimento se instala e se apossa e se faz dominante. Eu, presa fácil.


Há dias que só o consolo das flores amarelas podem me consolar. Quando a palavra não sai, quando o esperar se torna incessante, quando não posso mais respirar.


Apenas flor.

Apenas cor.


[Amarela.]

c.b.o.