segunda-feira, 31 de maio de 2010

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de que me adianta o líquido quente e incessante que desce por minha fronte?
as muitas noites mal dormidas e o travesseiro ensopado?
As flores murchas sem nenhum brilho...


De que vale...,
partindo do simples preceito de que elas não conseguem sufocar meus desesperos.
não conseguem enriquecer meus pensamentos, não possuem a força necessária para fazer-me enraizada em mim?

Do quanto que foi... do muito que há... sempre surge um muro de desconsolo, desespero, sufoco...

A necessidade de um refúgio atravessa meus dias e não deixa minha concentração se fazer.
Dos muitos dias passados, quase todos já se foram...

Quase todos, mas alguns são retidos na retina.
A mesma retina que entorna um caldo grosso e salgado que invade meus dias.
Me sufoca, me agride, me destrói.

Um embaraço no meu mundo de nós. Um a mais... e quanto dói.


"mas já não sei de que forma mesmo você foi embora... você foi..."
[c.b.o]

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Não são palavras...

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Não são as palavras que provam o sentimento:

é o gesto, é o acerto, é o contexto.


Muitas vezes finjo amar menos para deixar de me sentir mal amada.
Finjo a mim e à minha alma ..
Deixo ela se iludir e se redimir perante a realidade.

Na maioria das vezes desejo amar menos, sentir menos, pensar menos;

pesar menos.


Deixar de lado todas as mazelas que me afligem...
Deixar de me afligir pelo toque frio e vacilante da ponta da faca.
Inda se inteira, mas só a ponta dói demais!!

Não aguento.

É um frio que percorre minha espinha,
um aperto que sufoca meus pulmões..
A lágrima que escorre gélida por meu rosto,
a mão que falta.


E a falta de se sentir imensamente amada... e não só nas palavras...


...


*apenas um tolo desejo de uma noite outonal..


[c.b.o.]