quarta-feira, 30 de abril de 2008

Dia dos Trabalhadores. Mais um primeiro de maio!

Perguntas de um trabalhador que lê:

Quem construiu a Tebas das sete portas?
Nos livros constam os nomes dos reis.
Os reis arrastaram os blocos de pedras?

E a Babilônia tantas vezes destruída,
Quem a ergueu outras tantas?

Em que casas da Lima radiante de ouro
Moravam os construtores?

Para onde foram os pedreiros
Na noite em que ficou pronta a Muralha da China?
A grande Roma está cheia de arcos do triunfo.
Quem os levantou?
Sobre quem triufaram os césares?

A decantada Bizâncio só tinha palácios.
Para seus habitantes?

Mesmo na legendária Atlântida,
Na noite em que o mar a engoliu,
Os que se afogavam gritavam pelos seus escravos.
O jovem Alexandre conquistou a Índia.
Ele sozinho?

César bateu os galeuses
Não tinha pelo menos um cozinheiro consigo?

Felipe de Espanha chorou quando sua armada naufragou.
Ninguém mais chorou?

Frederico II venceu a Guerra dos Sete Anos.
Quem venceu, além dele?

Uma vitória em cada página.
Quem cozinhava os banquetes da vitória?
Um grande homem a cada dez anos.
Quem pagava suas despesas?

Tantos relatos.
Tantas perguntas.


=>Bertold Brecht.

...

Para alguns

eu sou pele,

osso,

membro,

casca,

caroço...

Só pra você eu sou a POUPA!"


Ivan Santtana.

[[Sou a indecisão em pessoa.]]

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Indecisão.

Não decidir. Não trilhar. Não reconhecer-se.
Ver-se diante de dois caminhos e não conseguir decidir. Assim estou.
Entre o não e o sim. Entre o querer e o temer.
Sou duas de mim.

Metade quer esquecer, metade quer insistir. E, no total, não sei a quem ouço.
Tantas vozes, tantos pensamentos, tanto de tudo.
Há duas coisas que me guiam: o sexto sentido e o bom senso.
Às vezes ambos estão de acordo. Às vezes se estranham.
E eu, no meio termo, não sei o que me guia mais, o que me é mais forte.


E na indecisão não consigo me expressar. Apenas cometo o auto-engano, a auto-ilusão de que essas palavras, colocadas uma ao lado da outra, contenham, realmente, algum significado.


De resto, é resto.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

A revanche!

Esqueci de escrever sobre o que aconteceu.

Sim, é fato. As pessoas conseguem se expressar muito melhor na dor e nas desgraças da vida; durante os momentos jubilosos e extasiantes nos preocupamos em viver, e não em registrar os fatos ocorridos.

Pois isso é tão fato que cá estou eu hoje. Não, nada de bom aconteceu ontem ou hoje ou durante o feriado. O que de bom aconteceu já está velho de alguns dias, mas o efeito, a proporção com a qual modificou várias coisas na minha vida se renova a cada vez que relembro.

Mas só estou postando porque algo triste aconteceu após este momento epopéico. Algo que fez minha criatividade aguçar e me fez escrever o "algo" mais interessante que escrevi até hoje. Mas a pessoa "culpada" pela tristeza não merece tanta glorificação. (td bem, não merece hoje, amanhã, quem sabe..).

Mas, como já gastei parte da criatividade tratando do assunto chato, acerca do qual já mencionei demasiado, agora terminarei por relembrar o que de bom ocorreu.

Daqui a exatos 20 dias será a Abolição da Escravatura. Ou seja, dia da Libertação.
Bem, essa analogia marca um ano de libertação para mim também. Mas uma libertação forçada.

Porém, um mês antes desse desastroso aniversário consegui ouvir, saber e viver tudo que esperei durante muito tempo...e como um modo de reforçar minhas crenças numa tal de 'felicidade', senti-me liberta, por completo, e não apenas do modo forçoso como outrora o fui.


Foi bom. Perfeito. Porque nem todas as palavras devem ser ditas, nem todos os desejos devem ser demonstrados, mas todos os sentimentos devem ser sentidos. E sentidos plenamente. E é isso que devemos aprender com a vida. Pois muitas vezes falamos ou agimos de menos; ou falamos demais sobre algo que não está, realmente, resolvido dentro de nós mesmos. Daí acabamos transmitindo imagens e idéias que, pouco depois, podemos vir a rechazar.(Acho q não consigo me explicar, coisas de Cris).

Bem, depois desse reencontro com as amarras da minha alma, e a felicíssima libertação de tais, surgiu no meu ser um novo fio de esperança e coragem.
Esperança pelo novo amanhã.
Coragem pra aguentar os trancos e barrancos que minha madureza prevê..e minha velhice enaltece como benfeitores quanto a formação do meu caráter.
Tudo isso pode ou não pode ser. Tudo.
Mas o que sou, ou o que serei, é muito complexo e está muito além da capacidade dos meus finos dedos...

Pois minha natureza é a de uma alma velha em uma pessoa jovem. Aquela que preserva alguns hábitos antigos, busca sabedoria, previne a dor e tem um sexto sentido de mãe. Mas por fora é a imagem da frágil boneca de porcelana que espedaçalha ao menor sopro do vento.

Assim como a incapacidade de tirar o amargor das minhas palavras, mesmo querendo registrar o que me fez muito feliz.

^^

Cris.


[Ao som de Lenine: "E pra quem quer saber, a vida é tão rara...a vida é tão rara"]

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Euzita.

Uma pessoa boba que costuma acreditar que o mundo tem conserto.
Quem acredita na lealdade das pessoas e alguém que chora em final de filme romântico.
Sou um alguém de fácil contato, que adora conhecer pessoas.
Alguém que se abre com seus cachorros, não sai de casa sem beijar a mãe e adora sorrir.
Uma leonina que quando nervosa..sai de baixo!, mas que não sabe guardar rancor.
Um alguém que um dia sonhou e chegou a crer que seus sonhos estavam mto longe de sua realidade e, hoje, ao vivê-lo, não consegue compreender o que mudou no caminho.
Sou uma pessoa que come o que tem vontade e não sabe fazer regime e que, quando tenta fazê-lo, começa numa sexta-feira e esquece que neste dia terá festa em sua casa.
Um alguém que escuta trocentas vezes a mesma música quando a alma pede, e muda tanto de tom e estilo que surpreende e irrita as pessoas a seu redor.
Quem não compartilha suas músicas favoritas com a memória de ninguém: a música permanece mesmo que a pessoa se vá.
Alguém que adora ler e viaja com seus autores prediletos, tentando entender o "como" eles podem ter tanta imaginação e inteligência em suas composições.
Sou um alguém sem criatividade.
Uma pessoa que nunca quis envelhecer e que exalta cada vez que lhe baixam a idade.
Um alguém que tem a família como prioridade e que ama todos seus amigos mais íntimos.
Alguém que gosta, preza e conserva amigos.
Quem acha que a vida é como uma bola que, se arremessada contra a parede volta, cedo ou tarde, bem ou mal, contra você.
Alguém que vive a saudade até seu último grau e adora algodão doce(e ama brigadeiro de panela).
Sou quem não nega uma palavra ou atenção a um amigo que necessita, que gosta de receber as pessoas e compartilhar o que de melhor possui.
Alguém que tem diário, um diário que recebe inscrições uma vez por ano, mas resiste ao tempo.
Alguém que guarda carta, cartões e fotos que recebeu e que, vira-e-mexe, vasculha-os atrás das lembranças perdidas.
Alguém que pensa demais( e se atrapalha por isso).
Um alguém que ama brincar com crianças, e é sempre alvo da zueira de alguém, sempre.
Alguém que adora sair com amigos, nem que seja pra conversar no portão.
Quem vive momentos de indecisão e não sabe optar pelo melhor caminho.
Um alguém que pretende mudar o mundo mas suas mãos são pequenas e seus dedos insuficientes e, mesmo assim, transforma o que está ao seu alcance.
Quem sabe que errou e erra, quem tem juízo apesar dos pesares.
Quem já se apaixonou uma e dez vezes, mas não conhece o amor.
Alguém que tem um caderno mágico e escreve até em papel de pão.
Quem não sabe parar de escrever.
Sou alguém bobo que tenta se descrever e não dá conta, sou alguém que acredita nas pessoas...
C.B.O.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Entre rugbys e goiabas.

E a Cris é perseguida.


Estando deitada no banco em frente à biblioteca, às 21:55 de uma terça-feira, 1º abril, e NÃO é mentira, chega um cara, senhor já, DO NADA, absolutamente, e pergunta:

-Você tá louca pra jogar rugby, né?

[Cara de ponto de interrogação]

E ele continua:

-Rugby: bater, correr, trombar....vc tá louca pra jogar rugby!!



[E risadas sem graça].



Pois é Bia, tem coisas que SÓ acontecem comigo..ihahauhauhauahuahuahuahauhauhauhauau


Não podia deixar d contar, né Goiabitcha!

[[[Recado enviado à Bia, por minzinha, antes de postar aqui]]]



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Esta história só faz sentido quando é conhecida a história da goiaba.

Bem, vamos lá.


Certo dia, Bia e eu estávamos sentadas nos mesmos bancos defronte à biblioteca. Era época de amora. A-M-O-R-A.
De repente surge um homem, mediana idade, para em nossa frente e pergunta, direcionado à minha pessoa:

-Você sabe onde tem goiaba?

E eu respondo:

-Goiaba? Mas aqui não tem goiaba. Tem amora, mas não tem goiaba.

E ele insiste:

-Sim goiaba, eu queria goiaba. Sabe por quê? Eu estava no estacionamento e tinha um casal se beijando. Eu os conheço, era um casal de irmãos. Eles estavam se beijando, daí eu queria goiaba. O que você acha do casal se beijando?


[Nessa hora faço cara de "Senhor, socorro!"]

Mesmo assim respondo:

-Não sei, eu não acho nada.

E o cara tenta retomar a conversa com alguns monossílabos, mas então já tinha perdido minha atenção e ganhara as risadas contidas da Bia.
Simplesmente virou-se e foi embora.

E esta é a história da goiaba.


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Pra não esquecer os motivos do sentimento de perseguição viver em mim, das loucuras serem atraídas pela minha pessoa. Enfim, de viver entre rugbys e goiabas e ter que compartilhar essa história com as pessoas pra que me sinta menos louca do que sou comumente.

Bem, é isso.
Cristiane.