quarta-feira, 23 de abril de 2008

A revanche!

Esqueci de escrever sobre o que aconteceu.

Sim, é fato. As pessoas conseguem se expressar muito melhor na dor e nas desgraças da vida; durante os momentos jubilosos e extasiantes nos preocupamos em viver, e não em registrar os fatos ocorridos.

Pois isso é tão fato que cá estou eu hoje. Não, nada de bom aconteceu ontem ou hoje ou durante o feriado. O que de bom aconteceu já está velho de alguns dias, mas o efeito, a proporção com a qual modificou várias coisas na minha vida se renova a cada vez que relembro.

Mas só estou postando porque algo triste aconteceu após este momento epopéico. Algo que fez minha criatividade aguçar e me fez escrever o "algo" mais interessante que escrevi até hoje. Mas a pessoa "culpada" pela tristeza não merece tanta glorificação. (td bem, não merece hoje, amanhã, quem sabe..).

Mas, como já gastei parte da criatividade tratando do assunto chato, acerca do qual já mencionei demasiado, agora terminarei por relembrar o que de bom ocorreu.

Daqui a exatos 20 dias será a Abolição da Escravatura. Ou seja, dia da Libertação.
Bem, essa analogia marca um ano de libertação para mim também. Mas uma libertação forçada.

Porém, um mês antes desse desastroso aniversário consegui ouvir, saber e viver tudo que esperei durante muito tempo...e como um modo de reforçar minhas crenças numa tal de 'felicidade', senti-me liberta, por completo, e não apenas do modo forçoso como outrora o fui.


Foi bom. Perfeito. Porque nem todas as palavras devem ser ditas, nem todos os desejos devem ser demonstrados, mas todos os sentimentos devem ser sentidos. E sentidos plenamente. E é isso que devemos aprender com a vida. Pois muitas vezes falamos ou agimos de menos; ou falamos demais sobre algo que não está, realmente, resolvido dentro de nós mesmos. Daí acabamos transmitindo imagens e idéias que, pouco depois, podemos vir a rechazar.(Acho q não consigo me explicar, coisas de Cris).

Bem, depois desse reencontro com as amarras da minha alma, e a felicíssima libertação de tais, surgiu no meu ser um novo fio de esperança e coragem.
Esperança pelo novo amanhã.
Coragem pra aguentar os trancos e barrancos que minha madureza prevê..e minha velhice enaltece como benfeitores quanto a formação do meu caráter.
Tudo isso pode ou não pode ser. Tudo.
Mas o que sou, ou o que serei, é muito complexo e está muito além da capacidade dos meus finos dedos...

Pois minha natureza é a de uma alma velha em uma pessoa jovem. Aquela que preserva alguns hábitos antigos, busca sabedoria, previne a dor e tem um sexto sentido de mãe. Mas por fora é a imagem da frágil boneca de porcelana que espedaçalha ao menor sopro do vento.

Assim como a incapacidade de tirar o amargor das minhas palavras, mesmo querendo registrar o que me fez muito feliz.

^^

Cris.


[Ao som de Lenine: "E pra quem quer saber, a vida é tão rara...a vida é tão rara"]

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