segunda-feira, 28 de maio de 2012

Ainda há nó.



Há algum tempo eu não escrevo.
Da última vez que escrevi não foi sobre você.
Mas hoje é. De novo. Outra vez. Mais uma vez.
Um daqueles dias de sentir falta da sua presença, da sua voz, das nossas risadas, dos seus beijos que casavam tão bons em minha boca.

Hoje eu estou sentindo falta de amar alguém de modo tão intenso. De ser intensa.
Talvez nem seja a sua ausência... mas a ausência de uma intensidade que me faça sentir minimamente plena. É tão bom se entregar... e poucas pessoas ainda se entregam.

Eu tenho uma sofreguidão dentro de mim... uns comichões (!) quando penso que, poxa... algumas pessoas podem nunca se entregar e que eu possa me tornar uma dessas pessoas.
Mas, poxa, eu já passei pelo processo de entrega e, foi tão bom, por qual motivo desistir?

talvez doa mais a véspera do que o porvir.

Eu não tenho medo de me entregar novamente e ver o fim, como nos ocorreu.
O que eu temo é a total falta de entrega, entende?

Queria seus beijos, a intensidade dos seus beijos. O toque de seus dedos na minha pele, o cheiro da sua nuca em minhas narinas... o toque suave de seus lábios nos meus.

só isso: querenças.

terça-feira, 8 de maio de 2012

problemas?





Pensando cá com meus botões, acho que meu problema é acreditar.


Acreditar em sinais, em sexto sentido, em destino.


Crer que sim, talvez haja algum sentido no meio desse non sense de vida.


Tenho muitos problemas, sérios problemas.

[criseida]

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Navegar



Essa agonia de movimentos mal coordenados. Qual trilha seguir? Se jogar na cachoeira abundante ou sentar na beira vendo a correnteza passar?


Ou mudar de trilha?


Num tempo tão curto, tantas dúvidas iguais. Serão meus erros de começar sempre a crer que as coisas podem fluir e depois pirar assim que o seu "normal" se altere?
Será que a Menina nunca saberá conhecer e se envolver com uma Mão diferente daquela que a esmaga, que a trucide... mesmo que com amor?
É uma forma tão falha de viver meio a tantos desencontros, tantas desilusões. Tudo me torna tão vazia.
Não quero escolher sentar à beira e deixar o rio fluir.


Quero estar dentro dele. Quero navegar. Quero ser marinheira de minha vida.
Quero remar, mesmo que um vento forte me sopre cada vez para mais longe de onde meus sonhos vivem. E há muitos ventos.


E eu temo que, com o tempo, minhas forças fiquem limitadas e não permitam mais que meu "querer" permaneça e me deixe assim, à beira. Cansada.


Tão pouco tempo para tantas tempestades. Tantas águas que vão-e-vem para atormentar essa travessia, essa passagem de vida.

Hoje, estou cansada.


Sentei à beira. Desisti. Por ora. Creio. Cansei. Estou aqui: confessando estar cansada, estar sentada. Estar esperando que um pouco de ânimo realce meus desejos de marinheira.
Mas é um cansaço tão profundo. Um suspiro forte na beira do rio. Um desejo de encostar-me e dormir. Dormir, assim, pra sempre.


Pois há um vazio existencial quando se senta a beira do rio.


Não se sabe quais águas irão correr e não se tem ideia de qual sua força, quais suas profundezas.
E eu quero, ainda, por os pés na água. Por burrice, por não ter aprendido apesar de estar ali, na beira, novamente.


Quando meu barco seguirá firme? Que faço para que essas beiras possam ser menos constantes e menos doloridas?


Quero dormir.


Mas não vou. De repente, uma gota d'água resvalou em meu rosto. Me dando esperança. Ainda estou cansada, porém sei que em algum momento procurarei meus remos novamente.
E vou acreditar. Vou pular no barco.


Vou oferecer minha capacidade de envolvimento com o rio bravo que cruzou minha trilha da vida. Na esperança de que rios calmos, porém vivos, também a perpassem. Para que eu descanse, às vezes, sem ter que ser jogada novamente à beira, sozinha.


C.B.O./ Criseida.