quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Mário Quintana


"A princípio bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos. Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis. Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica e uma temporada num spa cinco estrelas. E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar a luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito. É o que dá ver tanta televisão. Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista. Ter um parceiro constante pode ou não, ser sinônimo de felicidade. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com um parceiro, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio. Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade. Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar É importante pensar-se ao extremo, buscar lá d entro o que nos mobiliza, instiga e conduz, mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se. Invente seu próprio jogo. Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade. Ela transmite paz e não sentimentos fortes, que nos atormenta e provoca inquietude no nosso coração. Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade."

domingo, 21 de agosto de 2011

Domingo.

...

às vezes eu acho que voltei a escrever, mas ai eu releio todas as besteiras (e as não-besteiras) que escrevi, e concluo que antes sim, eu escrevia.
Hoje o que eu faço é chorar pitangas, plantar coquinho.
Acho que não sei mais escrever.
Não que eu escrevesse muito mais antes... só que hoje...

Bem, até a Menina eu abandonei.
Tantas vezes eu penso em voltar para ela, juntar seus retalhos e formar uma linda colcha: mas ai eu desisto.

Ando tão fraca.
Sem esperanças, sem grandes expectativas.

Mas estou melhorando, tentando revigorar minhas forças...

Um dia eu vou acordar e serei jovem de espírito outra vez.
Pois os jovens de espírito não sofrem como eu sofro nesse momento.

E eu sofro de ausência. De uma ausência consentida e de outra não consentida.
E é complicado sofrer de saudades de alguém que partiu e que não vai mais voltar.
E é mais complicado sofrer de saudades de alguém que partiu pq você pediu que não voltasse.

Eu queria o sol brilhando hoje: mas só há nuvens.
E um frio que sopra manso, calado, congelando minha vida.

Não, eu ainda não desisti de rejuvenescer. Apenas estou esperando a minha hora de amadurecer chegar.


.criseida.


"Let's do it, let's fall in love" Cole Porter.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

O que eu houvera escrito ( 07/07/11)

...



“Eu tenho um frio sopro que sobe desde minhas pernas. Um frio sopro que me inunda do vazio de existir e da angustia de me manter viva.
Como uma solidão que perscruta a pele me deixando um oco na alma: sinto-me feito bolha de sabão: frágil e vazia.
A um passo de estourar, qual a estrutura que me sustêm?
A um passo de resistir, qual a garantia que me mantêm?
Como bolha de sabão, nasço de borbulhas para inchar até minha morte prematura. Estouro. Canso, falho.
Numa triste manhã ou num triste entardecer, algo surge para entristecer meus dias, minhas horas... vezes algumas delas, vezes todas de uma só vez. Tento fugir, tento escapar, mas minha fina camada de água e sabão não me dá escapatória.
Qual o caminho pra fugir do vazio da solidão dos espelhos? Dos ecos? Das falsas fontes de felicidade?
Já não há motivos para seguir um caminho que bolha de sabão não tem. Não há caminho, é o vento, só e apenas ele, o vento, que me carrega com sua autoridade de único mandante, único poder sobre mim. E eu cedo, não pela falta de coragem para lutar, mas pela certeza da derrota.
Uma derrota tão aparente, tão, assim, frente-a-frente, cada dia mais.
Quase como pluma ao vento, minha fortuna é menos um mistério do que uma sofreguidão. Voando por entre o nada, quaisquer obstáculos me impedem, nenhum deles me abriga, nenhum deles me sustem... não me deixam fazer parte de nada, a não ser do vazio ao qual o vento me sustem.
Vento que me sustem enquanto o prazer lhe condiz. Vento que me joga aos espinhos quando não lhe sou mais interessante.
E como se interessar por algo feito de água, sabão e, principalmente, ar?


[C.B.O.]

Voltei!

...


Uau.
O post anterior falava sobre uma subliminaridade que, caracolis, nem eu sabia quão subliminar pudesse ser.

Hoje eu to sozinha, e não aceito conselhos.

Estou recomeçando a viver no mundo de Cris que, há muito, eu não sabia o que era.
Estou voltando a ser uma pessoa que, sem mágoas, segue a vida depois de um grande amor.

Sim, meu grande amor se foi, se foi...
Todas as palavras que eu disse a ele... todas as declarações perdidas, todas as risadas e as invenções feitas, todo o amor entregue (sim, totalmente entregue), tudo isso se foi.

Não posso dizer que não dói, pq dói e muito.
Não posso dizer que não chorei... pq vocês me conhecem muito bem.

Mas hoje eu estou bem, estou me refazendo e aprendendo que, comicamente, se refazer muitas vezes é bom.

Surgiu revolta, surgiu pena ... mas ontem, como no post da "loteria", eu tive certas certezas..

Não posso negar que o recomeço é cheio de tropeços e de indecisões e de medos... Mas posso afirmar que o meio e final também o são.


E fico aqui, dizendo que voltei.
Não só a escrever, mas a ser a menina que sempre fui.


[Criseida]