quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Escrever...

Quando o de-dentro está em movimento, eu escrevo.
Será este meu modo de libertação? Não há platéia, não há jogos ou indiretas: é o de-dentro quem fala, não eu.
Quando ele movimenta eu me encontro assim: desencontrada, perdida. Nesta mescla de desgovernança de mim mesma.
Qual trilho me rege? Qual montanha me carrega ou qual passo me paralisa?

Escrevo porque há questões em conflito dentro de mim e, escrever, é um modo de alinhavar os pensamentos, mesmo que a escrita seja complexa ou a letra seja garranjuda.a Eu tento, e me basta.

Músicas temáticas, sobre amor, perda, solidão e um "toda a vida que não viveu", servem de fundo sonoro para minhas palavras.

E um dia bonito, para eu aprender que o mundo é tão simples, tão contraditório.

E uma fina mão sem luva aqui, ocupando meu espaço, apertando os batimentos cardíacos.

Parabéns, estamos vivos (se é que você me entende, se é que você me lê...)

Não escrevo para me justificar de nada, apenas para expressar minhas questões irriquietas, minhas curiosidades mórbidas! E um tic tac.

Criseida.

A ausente: eu.


Há quatro anos e eu sempre estive presente.
Sempre, menos hoje. Não é dor que sinto, mas um desconforto.
Encontrei os embrulhos de um ano que passou (... não é fácil reencontrar restos).
Foram tão intensos e agora são tão desnecessários. Não é saudade, é uma curiosidade corrosiva. É um querer saber porque você nunca quis saber. O por que você se foi assim "pra sempre" sem olhar pra trás.
Não é dor, são dúvidas.
Hoje o dia brilha, mas por dentro eu sou lava queimando.
Não é sofrimento, é um desafino no meio de uma bela canção. Sabe quando o coração fica sem sentido?
Tipo assim...
Desgovernado.

Este é o quarto e, na verdade, é apenas o primeiro sem minha presença. Primeiro de todos, de muitos, da maioria... Como responder o que só o tempo diz?
E com a paciência dos dias, logo será amanhã e então eu posso ter todas as respostas ou então, ter esquecido todas as perguntas.

Sim, acho que as perguntas sempre mudam.


C.B.O.

é...

"O céu nasceu tão lindo
o sol nasceu tão brilhante
As aves cantavam
O dia se embelezava...

E o sol se foi... lindo
e o céu se estrelou ... lindo

Apenas eu,
com meu coração num pulsar desritmado
e uma mão que aperta a garganta,
me pergunto:

-O que tem a Natureza contra mim?"


CBO