segunda-feira, 26 de agosto de 2013
Soneto da saudade
Quando sentires a saudade retroar
Fecha os teus olhos e verás o meu sorriso.
E ternamente te direi a sussurrar:
O nosso amor a cada instante está mais vivo!
Quem sabe ainda vibrará em teus ouvidos
Uma voz macia a recitar muitos poemas...
E a te expressar que este amor em nós ungindo
Suportará toda distância sem problemas...
Quiçá, teus lábios sentirão um beijo leve
Como uma pluma a flutuar por sobre a neve,
Como uma gota de orvalho indo ao chão.
Lembrar-te-ás toda ternura que expressamos,
Sempre que juntos, a emoção que partilhamos...
Nem a distância apaga a chama da paixão
(Guimarães Rosa)
domingo, 25 de agosto de 2013
é duro ter coração mole...
por favor
não me aperte tanto assim
tenha cuidado, pega leve
olha onde pisa
isso é meu coração
meu ganha-pão
instrumento de trabalho,
meio de vida, profissão
meu arroz com feijão
meu passaporte
para qualquer parte
para qualquer arte
não machuque esse meu coração
preciso dele
para me levar a marte
sem sair do chão
não me aperte
não machuque
tome cuidado
eu vivo disso
poesia, sonhos
e outras canções
sem emoção
morro de fome
sinto muito
mas não há nada
que eu possa fazer
sem coração...
(por alice ruiz, na foto com o então marido paulo leminski)
sábado, 24 de agosto de 2013
a poesia de uma mente cheia de sentimentos (por mais ambíguo que signifique!)
De um único modo se pode dizer a alguém:
'não esqueço você'.
A corda do violoncelo fica vibrando sozinha
sob um arco invisível
e os pecados desaparecem como ratos flagrados.
Meu coração causa pasmo porque bate
e tem sangue nele e vai parar um dia
e vira um tambor patético
se falas no meu ouvido:
'não esqueço você'.
Manchas de luz na parede,
uma jarra pequena
com três rosas de plástico.
Tudo no mundo é perfeito,
e a morte é amor.
-
Adélia Prado
quarta-feira, 21 de agosto de 2013
Não é Fácil
.
Não é fácil
Não pensar em você
Não é fácil
É estranho
Não te contar meus planos
Não te encontrar
Todo dia de manhã
Enquanto tomo meu café amargo
É, ainda boto fé
De um dia te ter ao meu lado
Na verdade eu preciso aprender
Não é fácil, não é fácil
Onde você anda
Onde está você
Toda vez que saio
Me preparo pra talvez te ver
Na verdade eu preciso esquecer
Não é fácil, não é fácil
Todo dia de manhã
Enquanto tomo meu café amargo
É, ainda boto fé
De um dia te ter ao meu lado
O que eu faço
O que posso fazer?
Não é fácil
Não é fácil
Se você quisesse ia ser tão legal
Acho que eu seria mais feliz
Do que qualquer mortal
Na verdade não consigo esquecer
Não é fácil
É estranho
(Marisa Monte)
quinta-feira, 15 de agosto de 2013
O processo nosso de cada dia
.
As minhas mãos estão fartas e eu preciso espalhar por aí essa legião de palavras que me transborda. É preciso que eu grite e não exploda. É preciso que a escrita seja meu caminho urgente de libertação; como usualmente é. Mesmo sem destino ou sem retorno, ela sai e na ida carrega consigo todos os apertos de viveres do processo de retempero que ocorre dentro de mim.
Sobre esses processos que sou obrigada a falar. É a temática que escorre em mim pelos poros: do osso às lágrimas.
Passei pelo processo. Uma redenção, um prender-se à si só, como um caminho desconhecido por uma longa noite gélida e sem luzes. O caminho, meu camarada, é in.
Assim já dizia Caio Fernando, todo sábio em sua acidez de palavras. E por sua proteção linguística, segue meu mote:
--O processo é in, não é off.
Recomeço a escrita por aqui: O processo nosso de cada dia - Take 2.
Corremos. Eu corro, tu corres, ele corre (mas o tu nem mais existe!). Corremos. Todo tempo. Limitados por 140 caracteres, corremos. Com um medidor de qualidade de vida que tiquetaqueia em nossos pulsos, corremos. Pelas sarjetas que jogamos nosso lixo e onde dormem cachorros e seres a-sociáveis, corremos. Não envelhecemos mais na corrida contra o tempo. Há pílula para tudo: para correr, para dormir, para comer, para as diferentes escolhas que a gente não faz na vida.
Corremos... alucinadamente... corremos... arfamos... corremos, uma perna atrás da outra... corremos... dores que surgem e nos aplacam... corremos... suores que nos atrapalham a visão... corremos... pedrinhas que intercalam o caminho... corremos... chuvas... corremos... ônibus... corremos......... Cai.
Recomeço, pelo take 3: Processando a vida. Let's go!
Quem sabe dessa vez consiga eu divagar menos e colocar no papel as palavras e frases e orações e pontos-e-vírgulas que ficaram tão claros em minha escrita mental.
É in, não off.
Estive dentro do processo. é sufocante. nada, de repente (e não é nada de repente), faz sentido. quando você cai no processo, é porque muita água já rolou. é porque os por quês são em demasia. é uma fruta sem gosto, um som sem sintonia, uma cor que se esvai dentro de você.
Assim, dentro do non sense, você se perde.
Quando nos perdemos, o processo, que é in, não off, se faz necessário.
Alguns paliativos até nos enganam: mas quem tá no processo sabe que não há fuga.
Não há pastilha salvadora, cara, o que cura o de-dentro é só o In. Mas, usar das chagas para inventar em si próprio o antídoto, dói: é preciso tomar do próprio veneno para se refazer.
É in, não off.
Quando está em processo, de nada adianta ter os melhores amigos, a melhor família, ouvir as melhores piadas, escutar os melhores conselhos ou ler os melhores livros. Ter o melhor afago do melhor amigo do homem ou fazer os melhores passeios, é vão: tudo em você está manchado de fel.
Até os amigos, no repente, assumem a fisionomia distorcida, do inimigo em propensão. Eles tomam decisões desgostosas, possuem atitudes monstruosas. Os amigos. Amigos?
É in, não é off.
Por ser in, nos enclausuramos a ponto de não encontrarmos a porta de saída. Ficamos tão in, em nosso casulo, cultivando nossas interrogações num calor quase maternal, que bem fica difícil retornar.
O passo de abrir as mangas da camisa e escancarar na janela sua pele escamada pelo longo processo é tão difícil quanto deve ser ao vampiro sair ao sol.
Dói.
É o processo in que vai ao off.
O abrir os olhos numa imensa luz branca, é o medo diante do salto. O sorriso frouxo. A piada insegura e a conversa mole.
Não mais corremos então. Trafegamos em um processo de balsa no rio caudaloso. Ou então canoa (aí é o processo de cada um que define). Mas ninguém passa feito jet ski na travessia.
O processo é in, é processo, é a calma no desejo alucinado de atingir o off. Uma calma que não há, enquanto o processo dura, e que nos prende pelo umbilical, quando as janelas se abrem.
Quando o processo cura o in, feito mágica, as órbitas começam a se encaixar novamente. Aquele recado que nunca chegava, se multiplica; o gesto de carinho que era tão necessário, finalmente chega; um olhar atento enfim paira sobre você. Todos os gritos mudos que você deu, no durar do processo, ecoam nesse universo ao seu redor. É uma reconciliação entre o in e off, que se distanciaram por séculos durante aquelas intermináveis semanas de processo.
Nem por isso é fácil. O processo é silenciosamente cruel, de ambos os lados. Mas, feito metal inoxidável, viabiliza sua proteção de vida.
O processo é todo dia, meu chapa. Mas corremos tanto, sempre, que poucos, como você, conseguirão chegar ao fim dessa pequena trilogia de um recomeço.
E poucos retornam do processo.
C.B.O.
As minhas mãos estão fartas e eu preciso espalhar por aí essa legião de palavras que me transborda. É preciso que eu grite e não exploda. É preciso que a escrita seja meu caminho urgente de libertação; como usualmente é. Mesmo sem destino ou sem retorno, ela sai e na ida carrega consigo todos os apertos de viveres do processo de retempero que ocorre dentro de mim.
Sobre esses processos que sou obrigada a falar. É a temática que escorre em mim pelos poros: do osso às lágrimas.
Passei pelo processo. Uma redenção, um prender-se à si só, como um caminho desconhecido por uma longa noite gélida e sem luzes. O caminho, meu camarada, é in.
Assim já dizia Caio Fernando, todo sábio em sua acidez de palavras. E por sua proteção linguística, segue meu mote:
--O processo é in, não é off.
Recomeço a escrita por aqui: O processo nosso de cada dia - Take 2.
Corremos. Eu corro, tu corres, ele corre (mas o tu nem mais existe!). Corremos. Todo tempo. Limitados por 140 caracteres, corremos. Com um medidor de qualidade de vida que tiquetaqueia em nossos pulsos, corremos. Pelas sarjetas que jogamos nosso lixo e onde dormem cachorros e seres a-sociáveis, corremos. Não envelhecemos mais na corrida contra o tempo. Há pílula para tudo: para correr, para dormir, para comer, para as diferentes escolhas que a gente não faz na vida.
Corremos... alucinadamente... corremos... arfamos... corremos, uma perna atrás da outra... corremos... dores que surgem e nos aplacam... corremos... suores que nos atrapalham a visão... corremos... pedrinhas que intercalam o caminho... corremos... chuvas... corremos... ônibus... corremos......... Cai.
Recomeço, pelo take 3: Processando a vida. Let's go!
Quem sabe dessa vez consiga eu divagar menos e colocar no papel as palavras e frases e orações e pontos-e-vírgulas que ficaram tão claros em minha escrita mental.
É in, não off.
Estive dentro do processo. é sufocante. nada, de repente (e não é nada de repente), faz sentido. quando você cai no processo, é porque muita água já rolou. é porque os por quês são em demasia. é uma fruta sem gosto, um som sem sintonia, uma cor que se esvai dentro de você.
Assim, dentro do non sense, você se perde.
Quando nos perdemos, o processo, que é in, não off, se faz necessário.
Alguns paliativos até nos enganam: mas quem tá no processo sabe que não há fuga.
Não há pastilha salvadora, cara, o que cura o de-dentro é só o In. Mas, usar das chagas para inventar em si próprio o antídoto, dói: é preciso tomar do próprio veneno para se refazer.
É in, não off.
Quando está em processo, de nada adianta ter os melhores amigos, a melhor família, ouvir as melhores piadas, escutar os melhores conselhos ou ler os melhores livros. Ter o melhor afago do melhor amigo do homem ou fazer os melhores passeios, é vão: tudo em você está manchado de fel.
Até os amigos, no repente, assumem a fisionomia distorcida, do inimigo em propensão. Eles tomam decisões desgostosas, possuem atitudes monstruosas. Os amigos. Amigos?
É in, não é off.
Por ser in, nos enclausuramos a ponto de não encontrarmos a porta de saída. Ficamos tão in, em nosso casulo, cultivando nossas interrogações num calor quase maternal, que bem fica difícil retornar.
O passo de abrir as mangas da camisa e escancarar na janela sua pele escamada pelo longo processo é tão difícil quanto deve ser ao vampiro sair ao sol.
Dói.
É o processo in que vai ao off.
O abrir os olhos numa imensa luz branca, é o medo diante do salto. O sorriso frouxo. A piada insegura e a conversa mole.
Não mais corremos então. Trafegamos em um processo de balsa no rio caudaloso. Ou então canoa (aí é o processo de cada um que define). Mas ninguém passa feito jet ski na travessia.
O processo é in, é processo, é a calma no desejo alucinado de atingir o off. Uma calma que não há, enquanto o processo dura, e que nos prende pelo umbilical, quando as janelas se abrem.
Quando o processo cura o in, feito mágica, as órbitas começam a se encaixar novamente. Aquele recado que nunca chegava, se multiplica; o gesto de carinho que era tão necessário, finalmente chega; um olhar atento enfim paira sobre você. Todos os gritos mudos que você deu, no durar do processo, ecoam nesse universo ao seu redor. É uma reconciliação entre o in e off, que se distanciaram por séculos durante aquelas intermináveis semanas de processo.
Nem por isso é fácil. O processo é silenciosamente cruel, de ambos os lados. Mas, feito metal inoxidável, viabiliza sua proteção de vida.
O processo é todo dia, meu chapa. Mas corremos tanto, sempre, que poucos, como você, conseguirão chegar ao fim dessa pequena trilogia de um recomeço.
E poucos retornam do processo.
C.B.O.
domingo, 11 de agosto de 2013
Dialética
É claro que a vida é boa
E a alegria, a única indizível emoção
É claro que te acho linda
Em ti bendigo o amor das coisas simples
É claro que te amo
E tenho tudo para ser feliz
Mas acontece que eu sou triste...
_
Vinícius de Moraes
sábado, 10 de agosto de 2013
Para ler..
A amor prefere a luz das velas. Talvez porque seja isto tudo o que desejamos de uma pessoa amada: que ela seja uma luz suave que nos ajude a suportar o terror da noite. Sob a luz do amor que ilumina modesta e pacientemente, o escuro já não assusta tanto.
(Rubem Alves, in Do Universo à Jabuticaba, p. 113)
I have a dream.
Mal dormi a noite toda, acordada intempestivamente por uma crise alérgica de meio de inverno. Calores e frios pelo corpo todo. Cobre e descobre, a todo momento. Foi uma noite agitada, remexida, entremeada pelo transitar constante do consciente ao inconsciente.
Talvez, por isso, esta noite eu tive um sonho.
Não foi um sonho tão fraterno como o famoso dono da frase que intitula esse escrito, pelo contrário, foi um sonho bem particular.
Eu sonhei com você.
Não lembro nada, nada, nada desse sonho: só do seu rosto presente. Entre mexilhões de uma noite mal dormida.
Você, como um fantasma, sempre ressurge. Em meus sonhos, há muito não fazia presença. Mas eu te sinto próximo.
Meu pensamento me trai mil e uma vezes por me trazer você, sempre à tona, sempre nos piores momentos. Já fui melhor nessas histórias de virar a página, de continuar andando, de...etc.
Eu virei, eu andei, eu segui... mas sinto seu cheiro a meu lado. É uma sombra que não me abandona, por mais consciência que eu tenha de que o corpo já tenha se ido há muito.
Ontem, eu tive um sonho. Hoje, tenho outro: não te quero mais presente, muito menos sua presença na ausência.
Essa mão pesada não me deixa seguir segura, sempre me pesando o pé que atrás fica. Esse pé é você!
Me deixe, peço. Não há mais desculpas a dar, não há mais passado para resolver, não há nada que nos aliance. Portanto, deixe-me livre como a página do livro que voa quando uma grande rajada de vento passa por nossa leitura.
Leave me alone.
Criseida.
Talvez, por isso, esta noite eu tive um sonho.
Não foi um sonho tão fraterno como o famoso dono da frase que intitula esse escrito, pelo contrário, foi um sonho bem particular.
Eu sonhei com você.
Não lembro nada, nada, nada desse sonho: só do seu rosto presente. Entre mexilhões de uma noite mal dormida.
Você, como um fantasma, sempre ressurge. Em meus sonhos, há muito não fazia presença. Mas eu te sinto próximo.
Meu pensamento me trai mil e uma vezes por me trazer você, sempre à tona, sempre nos piores momentos. Já fui melhor nessas histórias de virar a página, de continuar andando, de...etc.
Eu virei, eu andei, eu segui... mas sinto seu cheiro a meu lado. É uma sombra que não me abandona, por mais consciência que eu tenha de que o corpo já tenha se ido há muito.
Ontem, eu tive um sonho. Hoje, tenho outro: não te quero mais presente, muito menos sua presença na ausência.
Essa mão pesada não me deixa seguir segura, sempre me pesando o pé que atrás fica. Esse pé é você!
Me deixe, peço. Não há mais desculpas a dar, não há mais passado para resolver, não há nada que nos aliance. Portanto, deixe-me livre como a página do livro que voa quando uma grande rajada de vento passa por nossa leitura.
Leave me alone.
Criseida.
terça-feira, 6 de agosto de 2013
Pontes Alucinógenas
Todo dia eu sou ponte.
Cada vez mais sou uma estátua de pedra, com os braços estendidos.
Saber ser ponte é uma arte que me diminui.
Quero ser a água que escorre por seu entremeio,
Quero ser as mãos que moldam o gesso dos braços que se estendem ao longo da aléia.
Desejo a pulsão,
Não o repouso.
As pontes não caminham,
as estátuas não abraçam.
E eu preciso do calor.
Não escolhi ser pouso, nem morada,
Não escolhi ter rosas nascendo em mim.
Não houve escolhas, meu caro.
Me fizeram esse meio do caminho,
Essa passagem.
A necessária alucinação no caminho de quem passa e...
vai.
Ser ponte é realizar a união, mas não se unir.
É permitir o acesso, mas não acessar.
O caminho que facilita, mas sempre estará ali, na estrada, só,
Enquanto os demais transitam.
Estátua é aquela figura que simboliza
que justifica algo
ou alguém
ou um momento
ou um sentimento
ou um instante
que merece se petrificar no meio da jornada.
Ao ser estátua, de braços estendidos,
Posso ser outro mecanismo de passagem...
Para flores, para jovens, para amores.
Nem estátua, nem ponte.
Sou a água que passa.
Quero alterar a natureza das formas,
O desencontro dos mares,
As inquietudes da vida.
Tanto quero, e são apenas vinte e seis anos.
[cbo]
Cada vez mais sou uma estátua de pedra, com os braços estendidos.
Saber ser ponte é uma arte que me diminui.
Quero ser a água que escorre por seu entremeio,
Quero ser as mãos que moldam o gesso dos braços que se estendem ao longo da aléia.
Desejo a pulsão,
Não o repouso.
As pontes não caminham,
as estátuas não abraçam.
E eu preciso do calor.
Não escolhi ser pouso, nem morada,
Não escolhi ter rosas nascendo em mim.
Não houve escolhas, meu caro.
Me fizeram esse meio do caminho,
Essa passagem.
A necessária alucinação no caminho de quem passa e...
vai.
Ser ponte é realizar a união, mas não se unir.
É permitir o acesso, mas não acessar.
O caminho que facilita, mas sempre estará ali, na estrada, só,
Enquanto os demais transitam.
Estátua é aquela figura que simboliza
que justifica algo
ou alguém
ou um momento
ou um sentimento
ou um instante
que merece se petrificar no meio da jornada.
Ao ser estátua, de braços estendidos,
Posso ser outro mecanismo de passagem...
Para flores, para jovens, para amores.
Nem estátua, nem ponte.
Sou a água que passa.
Quero alterar a natureza das formas,
O desencontro dos mares,
As inquietudes da vida.
Tanto quero, e são apenas vinte e seis anos.
[cbo]
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