sábado, 21 de fevereiro de 2015

25 horas de amor com você

..Daria um bom título de pagode, alguém me disse. 25 horas. Um momento a mais, um carinho a mais, uma vida um pouco mais longa por um dia. Talvez  as 23 horas, perdidas anteriormente, tenham sido vividas para os amores desavisados ou os conflitos de corações despedaçados que precisavam do fim o quanto antes.

Mas viver 25 horas de amor com você é uma promessa pagodesca que apenas uma roda de samba consegue traduzir. No samba que diz "Mentira...." nossos lábios se uniram e nossas vontades se formaram. Pego-me pensando naquela noite que tanto esperei pela sua chegada em um metrô gelado e cruel, que não te despejava nunca junto a mim.

Hoje, um pouco mais de três meses depois, perdemos a oportunidade de passar uma hora  a mais de nossas vidas juntos. Hoje, quando você em roda de samba gira e eu, em lençóis amarrotados, viro-me de um lado para o outro com meu rosto quadricular. Logo eu, quadriculada, logo você, que odeia rostos assim. Alivia-me saber que as 25 horas que perderemos também serão as horas em que você não me verá do jeito que desgosta. Engulo a minha saudade.

É o medo de entregar que sempre nos encerra nas mesmas canções. Entregar-se. Jogar aos braços de outros nossas misérias, nossas lamúrias, nossos rostos modificados pelas mãos de outrem.

Já não é mais um lamento. Sei, sinto, anseio por 25 horas de "mentira" junto a você. No descompasso dos pandeiros, na roda viva a ser vivida, entre canções e histórias,  rimas e literaturas, entre beijos e lençóis amarrotados. 25 horas, afinal, soam tão pequeninas perto de nós dois.

Deixe meu rosto desafogar as dores para que eu seja sua novamente. Inteira, redonda.



...como o mundo que demora 24 horas para girar em torno de si mesmo.

[Criseida]

Incertus

Fui dormir ao lado da incerteza dos dias, tenho me segurado para não derramar lágrimas a todo momento. Mais uma vez falhei quanto a isso na noite passada. Caíram. Algumas são tão teimosas que escorregam por nossos  rostos como brinquedo de criança. O mais engraçado neste movimento é o fato de que os olhos molham e a garganta seca. O nariz entope. O coração acelera. A respiração difícil... Tudo é um deserto.. exceto o olhar que, embaçado, assemelha-se ao vidro do carro deixado na chuva por  um tempo muito longo. Nada se vê ao certo. Como dói deixarmos qualquer coisa sair de dentro de nós. Ao mesmo tempo, em sequência da dor, surge uma sensação indescritível de alívio, serviço feito: uma sensação de liberdade. Comecemos pelo que é bonito. Ter um filho é um dor inenarrável.
A (continua..)

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Uma felicidade chamada lecionar.



Quando nosso trabalho requer um objetivo bem palpável (como no meu caso, ajudar os alunos a passar no vestibular) a felicidade se multiplica quando podemos ver  e entender que este único objetivo é trasmutado em diversos outros, com inúmeros significados que rompem a barreira do óbvio.
Este aluno, cujas linhas abaixo eu transcrevo, foi uma figura ímpar no meu 2014. Junto a ele tive que entender e romper várias barreiras do escrever, inclusive entender as dificuldade de quem escreve tanto, mas precisa "se encaixar" para ser aceito.
Vencidas as barreiras e alcançado o sucesso, foi o acaso/destino/felicidade que nos levou ao mesmo local, no mesmo horário, num encontro feliz.
As palavras dele, recebidas hoje, trazem-me a paz de dever cumprido e lágrimas rasteiras aos olhos: porque a  felicidade também sabe ser úmida.

"Você foi bem inspiradora nesses meses em que trabalhamos juntos. Espero que seu 2015 seja muito jóia, que você estude mais e mais, e seja muito feliz. ``Nunca tire o olho da bola, a gente nunca sabe o que pode acontecer ´´ palavra do Pelé.

please, não corrija meus errinhos."



E termino com esse carinho...
Criseida.