quinta-feira, 21 de agosto de 2008

O sonho.

(08/2008)
Vazio da noite de sonhos -Ação, cansaço, corridas, gritos, acontecimentos; tudo num sem-respirar.
Corre, corre.

O tempo urge e os acontecidos anunciados trarão morte à vida.
Corre, corre.

A respiração entrecortada une a realidade presente à futura, fugas; foge-se, corre-se.
E o tempo acaba.
E os fatos enfastiam.
E não há mais volta.
As voltas, todas, não são capazes de dar uma volta ao destino premeditado.
Gritos. Urros.
Corre-se, corro.
Na falha branca do papel rasgado unem-se, em parcas palavras, os últimos desejos de um fim precoce. O tempo acaba.
Corremos, corre-se.
O escape tão necessário, tão querido, distante, longe, inexiste.
Fim. A respiração não mais há, a corrida chega ao final.
Tomba-se, tombo.
Ao fundo, cobre a paisagem uma nuvem de olhos e faces desconhecidas.O choque choca.
Entre ferros estende-se o corpo inerte e vazio: sonhos despedalham-se na sarjeta.
E o fim fez-se.

[C.B.O.]

Nenhum comentário: