sexta-feira, 22 de agosto de 2008

A volta do sonho. (parte 2)

Atroz, sobe em suas narinas e lacrimeja seus olhos; mas não é o cheiro que impregnou sua alma, e sim a angústia sem nome que faz molhar seu rosto.
A pena curta e indiferente não compreende o percurso do rio que corre de dentro pra dentro, afogando as brasas e construindo cheias por todos os poros, todos os desníveis. Não, o líquido transparente e salubre não molhará as folhas do papel, nem cobrirá de respingos a pena ignorada.
Flue pelas veas a água que não quer evaporar. Faz a menina reprimir, doer, envultecer-se dentro de si. Sem compreensão, sem decodificação. Só martírio.
Trabalho de tamanduá, dentro dela a tristeza é aplacadora.
Os gritos mudos não são audíveis.
Os móveis mudam de lugar.

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