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"Meu coração morria de sede, sim."
"Eu era o único eu."
"E eu não soube como existir na frente de um homem."
"Um medo pequeno, todo frio e suado, foi me tomando."
"O que vi, vi tão de perto que não sei o que vi (...)
Eu vi dentro de um olho (...)
Eu vi um homem com entranhas sorrindo."
"Percrustou-me suave, indiscreto, tão meu íntimo como se ele fosse o meu coração."
"...a prece profunda não é aquela que pede, a prece mais profunda é a que não pede mais."
"eu já sabia que eu era inevitável."
"Tudo o que em mim não prestava era o meu tesouro."
"Para que te servem essas unhas longas? Para te arranhar de morte e para arrancar os teus espinhos mortais, responde o lobo do homem. Para que te serve essa cruel boca de fome? Para te morder e para soprar a fim de que eu não te doa demais, meu amor, já que eu tenho que te doer, eu sou o lobo inevitável pois a vida me foi dada. Para que te servem essas mãos que ardem e prendem? Para ficarmos de mãos dadas, pois preciso tanto, tanto, tanto- uivaram os lobos, e olharam intimidados as próprias garras antes de se aconchegarem um no outro para amar e dormir."
"as palavras me antecedem e ultrapassam, elas me tentam e me modificam, e se não tomo cuidado será tarde demais: as coisas serão ditas sem eu as ter dito."
[Os Desastres de Sofia- Clarice Lispector]
terça-feira, 17 de março de 2009
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