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E eu preciso gritar com as cordas vocais que não alcanço e no volume máximo que não pressinto.
E eu preciso gritar com minhas garras à mostra e com a vontade dos campos de batalha.
E eu preciso gritar com a ânsia brutal de arrancar-me à vida de inconstâncias sentimentais.
E eu quero gritar.
Gritar e descobrir através desse grito o que guardo no fundo dos meus mais profundos desejos.
Gritar e descobrir através de mim aquilo que não consigo enxergar quando apenas meus olhos me vêem no espelho.
Gritar e seguir o fio invisível pelo qual atravessam minhas palavras e que eleva meu ser.
Gritar e descobrir quem sou.
E eu preciso gritar.
Mais do que a alma possa suportar.
Mais do que o vento possa encurvar.
Mais do que a calma branda possa aquietar,
eu preciso de MAIS.
E eu vou... vou gritar.
Gritar e ver escoar por meus lábios o que de mais puro sair do meu coração...seja gota de mel ou fel:
Mas algo há de sair.
E por isso eu vou gritar.
Gritar até jorrar o sangue pastoso e espumante que sobe e desce de minhas veias, que busca caminhos por meu corpo cansado, que corre impaciente por minha mente confusa e doentia.
E eu quero curar-me.
E assim devo fazê-lo.
Gritar.
sim, eu gritarei ...mas quem haverá para ouvir os mudos sons que sairão desse gigante e ineficiente gesto?
E algo muda(isso eu sei). Apenas não a mudez das minhas palavras.
E há o grito.
cbo.
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