terça-feira, 5 de maio de 2009

Pra não esquecer...

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Pra não esquecer que hoje pensei um pouco sobre mim. Pensei sobre meus rumos e acertos e erros e tropeços ...meus caminhos.

Muitas vezes eu me questiono quanto ao real valor das coisas que eu faço. Ao real valor da criatividade que me atribuem, ao real valor do que eu chamo de arte. E, muitas vezes, de verdade, surpreendi-me com minha capacidade de escrever.

A escrita para mim é um processo de dor de parto. Primeiro as contrações, depois o rebento. Nalgumas vezes as contrações são maiores e mais constantes; noutras, mais doloridas; noutras ainda, nem as sinto: penso, logo nasce.
E assim é, cada dia um dia.

Mas apenas é dor de parto; não é gestação...
Porque a obra é gerada em mim e não a partir de um pressuposto.

Na maioria das vezes que sento para escrever eu nem sei do que irei falar ou como ou os 'porquês' de estar escrevendo. Sento e a coisa vem, flui ...e eu divago no mar do incerto. Dou-me conta do que fiz, apenas depois, ao reler e corrigir...
Mas também, corrijo pouco: eu gosto mesmo é do original, feito coisa de pele.

Mais ou menos assim:
-Você marca de sair com aquele garoto fantástico pelo qual você morre há anos....e chega o dia. Você se arruma, sai, o papo é bom, o encontro é agradável mas, no fundo, nunca poderá ser como o encontro que rolou na sua imaginação... porque este encontro imaginado foi repaginado várias e várias e várias vezes, até tornar-se o que é. E o encontro que rolou não..afinal, não dependeu única e exclusivamente de você... se ele não estivesse ali, não seria real, não é mesmo?
Qual a sua escolha portanto? O sonho ou a realidade?

E minha escrita é a do outro conjunto. E é real. . .
Pouquíssimas vezes consegui planejar e traçar uma linha de pensamentos completamente reta.
Conheço pessoas que escrevem e me contam suas histórias, ou melhor, seus "planos de história"...elas já possuem roteiro, cenas, personagens, etc e o escambau...só falta escrever.
E eu sempre pensei que esse fosse o correto. E por isso sempre invejei a essas pessoas. Mas agora, hoje, deduzi que sou diferente, mas não sou incorreta. Apenas escrevo pelo avesso.
Meus planos de história são existentes... mas num segundo plano.

A escrita domina meu querer.


e por essas e outras eu permaneço na fé de escrever... mesmo que as tosquices e reviravoltas me façam crer que minhas palavras são chãs e mal pagas.. mas elas continuarão sendo minhas
...
minhas palavras!



[Criseida]

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