sábado, 2 de fevereiro de 2013

Liberdade de correntes transparentes... Livre és?





Muitas perguntas pululam e ululam aqui nessa mente ociosa.
Tão ociosa porque percebe que suas atividades são tão, tão, comuns.

Não há nada de excêntrico, não há nada de novo, não há criação.
Sobrevivo nesse mar de seguir as marias por aí.

Nós seguimos.

E, quanto mais penso, mais é difícil se desraigar dessa maria-vai-com-as-outrices dessa vida!
Como se tornar diferente em um mundo que se copia com atalhos o tempo todo. Que se compartilha o tempo todo sem ao menos perceber que são as mesmices compartilhadas que geram um só comportamento.

Hoje, estamos conectados.
Da melhor e da pior forma possíveis.
Somos próximos de todos e distantes de nós mesmos.
Já não criamos, já não discutimos, já não nos tocamos pessoalmente.

Não sabemos mais sobreviver por um mês longe de toda essa parafernália digital. E não só perdemos o direito de escolher ser omisso a isso, como somos obrigados a nos conectar ainda mais.

São redes e fios invisíveis que não cansam de nos enredar. Assim, quanto mais enredados estamos, mas difícil fica parar para aceitar essas amarras escravistas que nos prendem.

Penso e logo percebo que o simples ato de pensar pode não ser mais meu. Já é cópia, já sou um ente compartilhando fatos.
Quando vemos a História, pela linha distante do tempo, ficamos indignados pensando em fatos que cremos como insuportáveis, intoleráveis, impensáveis para nós, entes intelectualizados.
Como mulheres se submeteram por tanto tempo ao mando e desmando dos homens? Como a Igreja dominou e cegou tantas sociedades (e ainda cega)? Como eles podiam julgar "bruxos/bruxas" e queimar pessoas ao ar livre, como espetáculo social?

Meio irracional, não?
Como, daqui 300 anos, nos julgarão? Os seres cada vez menos produtivos dominados por uma tecnologia cada vez mais moderna.
Uma "raça" que se diz globalizada e na qual o "nós" é muito mais forte do que o "eu".
(Só por esta escrita consigo notar o quão "ser-social" e inútil sou.)

E o que eu queria, só queria, era um mundo de constelações ao meu redor, mesmo que eu me quedasse ali, sentada, admirando a criação e a beleza que algum EU tem para oferecer ao NÓS.

Mas, infelizmente, trocamos o "mundo da lua" pelo "mundo da nuvem" e, por aí vamos, carregando o peso de "nossas" tão sábias e atualizadas e compartilhadas escolhas.


Curte aí, vai.


C.B.O.

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