sexta-feira, 4 de outubro de 2013

As nuvens que passam

Abri a janela.

Por esses dias, já na primavera, só há chuva. Muita chuva, muito vento e um friozinho incomodo que nunca se ausenta.
Neste contexto, achei justo usar minha sexta-feira-gorda para, após o almoço, tirar uma horinha de cochilo.
Fechei a janela, deitei, dormi.
Despertei com um ruído de vento invernal, aquele que não te permite a pensar nada além do "Não seja boba, permaneça na cama!".

O trabalho na escrivaninha me esperando, os celulares apitando incessantemente, e-mails chegando, conversas rolando.. e o vento que batia na janela dizia: "permaneça aí, permaneça ai."

Sabe, eu permaneceria.
Se fosse só por mim, se não houvesse o depois, a saída da noite, a aula de amanhã de manhã.  Enfim, se fosse só por mim, ouviria de contente o vento.

Mas uni forças de nem lembro onde e me levantei de um salto.

Abri, então, a janela.
E me surpreendeu a leveza de um azul entremeado de raios de sol que fuzilavam as pessoas que estavam vivendo seu dia lá fora. Não como eu, presa em um quarto com um som.

No céu, as nuvens dançavam ao ranger daquelas vozes que aveludadamente me incentivavam a não partir. Uma dança contemplável.

Enfim, despertei.

Uma aula programada.
Um banho a tomar.
Músicas românticas para uma noite bonita, com sons dúbios.
Um orientador que guiará seu grupo por outros caminhos da arte, um além das palavras.

E me vou.


Nenhum comentário: