sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Palavras sobre as espumas

Meu amor,
Nossas rosas ainda estão aqui.
Não mais as mesmas
Dissecadas agora pelo tempo.

Meu amor,
As rosas não falam,
Elas nem sequer mais exalam
o que há de ti,
o que houve de nós.

Meu amor,
Nossas rosas estão rasgadas
Pétala a pétala, retalhadas.
Essas rosas não são mais as mesmas.

Outrora, todavia,
Humores nela padeciam
Após o repousar longínquo de nossos amores.

Meu amor,
Nossas rosas merecem costura?
Merecem a fissura e um novo
amanhecer?

Olhando para as rosas
que hoje falam comigo
Penso e recordo
Recordo e vivo
Mas elas estão mortas,
Despedaçadas,
Rasgadas,
Tal qual nosso amor.

Meu amor?
Tu és de outros amores,
De novas rosas,
De outras cores,
De novos céus,
De outros humores,
És tudo, menos meu,
Menos Rosa.

Sozinha, no quarto,
contemplo o ontem.

15.11.2013


(C.B.O.)

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