segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Balanços


Este ano eu fui fiel a mim. Tanto cansaço para descobrir (ou perceber?) que o problema esteve sempre no meu modo de não deixar ser. Com os caras da minha vida, quase sempre joguei duro: "ou demonstra interesse, ou cai fora" - mas nunca houvera tido tal ousadia com os amigos. Sempre cedia, sempre me dava, sempre dava um jeito de me ser para eles. Mas, com o tempo, o cansaço realmente pesa. Você começa a perceber um 'tanto faz...' com  gosto amargo numa proposta feita com ânimo.Você nota que o recadinho virtual de parabéns não tem o mesmo calor de um abraço, ou o mesmo carinho da voz longínqua ao telefone, nem o cartão com dizeres simples e bobos, só para você, deixam de chegar.
Neste momento, você nota que seus amigos não te notam.
Não percebem sua ausência quando presente, ou o vazio que o rodeia.
Se você para, talvez eles não percebam que você não está mais ali.
Alguns retornam. Sempre há os que realmente se importam. Há aqueles que veem você realmente. E há os novos que chegam. A maioria, acostumada com um "sempre ser", se sente ofendida com o "esperar sentir", faz parte. Apenas quem realmente nota, olha, tenta entender, sentirá sua falta e dirá: "Não quero te perder", como os homens. Assim como você ou eu diremos algum dia também. E a esses, cabe a escolha de aceitar ou não esta renovação da promessa. Como nos relacionamentos amorosos, já que a verdadeira amizade é amor. A via dupla, o esperar sentir, não foi o mais tranquilo caminho a escolher, justamente por nunca havê-lo trilhado. Mas foi o caminho que me tirou o peso do cansaço da amizade e me trouxe a leveza dos amores que se dão, que fazem questão, que sempre retornarão.
A amizade que não é o "de graça", mas o "espontâneo".

CBO
25/11/13

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