segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Hipóteses

E se, hipoteticamente, eu realmente for uma flor?
E se eu me encho de espinhos, tão brutalmente, por ser uma flor?
E se eu estou, hoje, murcha, apenas por minha natureza de vir a desabrochar?
E se, por ser flor, hipoteticamente eu tenha que ter alguns galhos quebrados e cortados, nas fissuras do tempo, para permanecer em minha condição e beleza natural?
E se, enquanto sou flor, e se assim sou, minhas lágrias se apresentam como alimento para minhas raízes mais profundas?
Será que, por ser flor, meu destino seja servir para mãos que amam, destinos que se encontram, beijos agradecidos e, por fim, morrer lado a lado com um poema de Vinícius ou uma carta de amor?

Talvez eu seja flor.

Mas tudo isso é demasiadamente hipotético.


CBO

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