sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Na defesa de me ser

.
Me querem só o vazio.
Mas insistirei em ser o pleno!

No lugar do oco, renascerei como polpa...
e nem adianta querer me roer até o caroço.

Eles esperam que eu esfrie,
Que eu não transborde,
Que eu esmague essa minha
Fúria de viver.

Mas o que darei a eles
é mais
mais vida, é mais construção...
Distribuirei meus talentos tortos,
independente do fato de rirem de mim.

Permanecerei acreditando,
mesmo que eles não queiram.
Permanecerei esperando
amar plenamente,
mesmo com  expectativas tão baixas.

Seguirei com minha alma
de poeta,
que dói tanto nesse mundo
de pessoas desumanas,
só porque eu sei
que assim é que eu chego
em mim.

Sei que os esforços são grandes,
Para que eu não me seja mais,
Para que eu ria menos,
e mais contidamente,
Para que eu seja culta,
Para que eu ignore o que não compreende o mundo
como eu o compreendo,
Mas sou teimosa,
Já alcancei um Universo com minha teimosia.

E quanto mais eu sigo,
quanto maior meu Universo fica
Mais querem me deixar apenas uma
fibra de existir.

Um resto do resto,
O oco do nada.

Enquanto até meu oco é pleno,
Meu vazio é meu
E não dói.

Não quero o vazio de vocês:
Preconceituoso,
Mesquinho,
Individualista,
Hipócrita.

Quero a loucura dos que amam,
E acredito no amor.

Declaro que seguirei
feito polpa:
às vezes amassada,
comida,
pisada,
estragada...

Mas polpa.


[CBO]
11.12.13

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