segunda-feira, 22 de setembro de 2014

primaverai, ó.

Há um mês que não me partilho, mas hoje é primavera e merece minha contemplação. As palavras se constroem pelo de-dentro e por isso é tão dificultosa a tarefa de traduzir o que ainda formula-se enquanto meu próprio eu.
Minha afinidade com a primavera, entretanto, leva-me a pensar na escrita e no exercício de me expor, como as flores amarelas que floreiam em quaisquer espaços, mesmo que sozinhamente. Deste modo, também eu floreio, como um raio de sol fino que escapa de nuvens densas, na busca de localizar fora de mim o lugar a que  pertenço e os sujeitos que me constituem.
Não é transparente. Impossível traduzir, assim, as palavras que estão aqui dentro e não querem sair, teimosamente acalentadas pelo meu eu-interior.
Mas exercito-me na escrita imatura, para celebrar a renascença da vida, dos amores e dos sóis.

Bradando um viva à Primavera.

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