terça-feira, 29 de março de 2016

aos nãos que me dás.

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E no viço dos queixumes, a impaciência do não.
Diante dessa palavra
pequena palavra
vil palavra
não.

As dores que funde,
os laços que rompe,
as lágrimas que gera,
o desfruto do que não nasceu.

E o não atrelado a  ti,
ao teu pleno não
ao teu constante negar
às profundezas daquilo que somos
e do que não somos.

De tanto amor,
que funde,
no fundo, 
nos fins,
facilmente sei: fica o não como gosto final.

                        E a negativa
nada
                        mais
é
                         do  que
                       
um
                          medo
oco.


Contemplo-te no gozo
no exato momento de se dar
na entrega mais profunda
no rompimento das superfícies

..........................................................................................Ei-lo diante do sim impossível.
..................................................................................Dos sibildos incandescentes
.........................................................................Do não destituído do poder.


Apenas
o sim
da volúpia
da carne
do ventre 
es-can-ca-ra-do-a-mim.

Beijo-te e te faço meu
Dona do sim e do não
Plena de poderes
tão reais
tão bárbaros
tão efêmeros.

Amanhece
e o sol
transparente
transpassa
acorda
lembra
recolhe 
todo o sim
e
todo o não faz morada.


[cbo]

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