Intolerante.

Cansada da mesmice do absurdo.
Cada qual no entendimento de si mesmo, no egoísmo de sentimentos hipócritas e dilacerantes.
Sim, há maldade nos olhos das pessoas.
Saio e vejo, pelas ruas, o que não deveria haver. As pessoas têm medo de amar, de se entregar, por isso machucam-se mutuamente.
Sim, há feridas em quem bate.

Fácil é sair e distribuir pancadas, dominar com açoites, julgar, condenar, pressupor.
Difícil é definir-se, por si só. Difícil é a auto-aceitação. Difícil é ser o que é e ainda SABER lidar com isso.

Uma das coisas que me irrita na vida é saber que as pessoas vivem pra julgar e não por viver.
Com a efemeridade da vida, perde-se tempo com pequenas causas, com a falta de pequenos atos.
Não, não são grandes atos que fazem a nobreza do homem.
A grandeza do homem não se mostra ao levar a mulher desejada para comer em um bistrô francês, e sim, no modo como ele trata o garçom deste bristô.

Sinto o peso do julgamento alheio sobre meus ombros, mas tenho consciência de mim mesma, e isso que me faz forte para suportar esse peso.
Não é o que os outros pensem, ou pressuponham sobre mim que serão meu alicerce. Minha base é a capacidade que tenho de reconhecer minhas qualidades, a capacidade que tenho de reconhecer o julgamento alheio, mesmo o mais precipitado, e tacá-lo num funil onde, por mais férreo que seja, pouco dele restará em mim.

Não, não e não.
Pra quê?
Chega de tanta falta de caráter, falta de ter o que fazer, falta de vergonha na cara e falta de escrúpulos.
A maioria das pessoas que perdem seu tempo julgando, comparando, medindo os outros, deveria passar mais tempo olhando para a própria vida, cuidando da própria vida.
Chega de ser o bom.
Chega de buscar ser superior.

Tô cansada de estar calada!
Sou burra, sim!
Sou infantil, sim!
Sou inocente, sim!

Sou tudo isso e mais um pouco, e tenho TODO direito de sê-lo, e espero sê-lo por muito mais tempo.

Antes burra do que uma pseudo-intelectual.
Antes infantil do que uma velha carcomida.
Antes inocente do que uma sabe-tudo que só faz criticar.

Tô cansada do ridículo. Da falta de moral. Da incapacidade alheia de fazer e de ver estes descontando esse espaço fácil em almas desamparadas.

Um saco!!
Não quero ser essas pessoas, não quero criticá-las.. ..estou aqui pra desabafar o que vejo, o que me incomoda, o que me envolve.
Não, não me compare a elas. Não sou tão vil, ainda vivo TODOS os dias e não os repito simplesmente.

É isso.
De resto, é resto.