quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

10.01.09

.

Jorra sangue pastoso.
Que maculas as vestes claras com seus gritos rubrosos.
A Menina, desconcertada, frente ao grande palco, transita entre o ser e o fugir, e vacila. A Menina, menininha, decidiu não-decidir e permitir que seus caminhos fizessem-se por si, sós. Menina pequena não entende da vida: vive de sonhos.
Pois que alguém faça o que, quanto a mim, me falta um tanto assim de coragem para fazê-lo. Que alguém vá à Menina e lhe diga que quem vive já decidiu por viver e, depois de tomada tal decisão, não haverá nada mais do que escolhas por toda a vida.
A vida é um jogo de SIM versus NÃO.
Vá, diga logo, antes que ela se iluda com a garantia do não-decidir. Vá, você, sim, você de cabelos brancos e olhos sábios. A Menina gosta de olhos e certamente respeitará seus brancos cabelos de tantas experiências e decisões. Mas corra, diga, grite, sacuda-a, se necessário.
É que a Menina às vezes se transporta para um mundo só dela, e o único, e ainda ineficaz, modo de trazê-la novamente é com sacudidelas.
Mas, por favor, sem força bruta.
A Menina é tão frágil (!)
Sim, seus branquíssimos cabelos já inspiram a segurança com a qual suas mãoes sabem sacudir sem agredir.
Obrigada pela ajuda.
Queria tanto ser a Me-nina.

[cbo]

Nenhum comentário: