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Ela está na sombra e fecha os olhos. Com os olhos fechados, na sombra, a Menina sente subir no seu rosto o calor quente do sol de verão. Ela fecha os olhos e consegue ouvir melhor o mundo.
O mundo tão quente não quer que ela o veja, por isso faz tanto calor e a Menina precisa fechar os olhos. Ao longe canta um galo e, perto, os passarinhos.
Quando conheci a Menina, eu era eu e ela, apenas ela. Minto. Eu era um oco, nada. Ela era ela e um pouco mais: ela era o mundo; não o mundo sujo em que vivemos, mas um mundo todo dela, que ela mesma criou. Tão doce e generosa criatura, convidou-me a conhecê-lo e, a partir de então, venho acompanhando-a e narrando-a. Tento entendê-la, mas esta me é uma tarefa impossível.
Deixo apenas uma constatação: desde o momento em que a vi, soube que a amava.
[cbo]
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