sábado, 21 de fevereiro de 2009

17/02/2009'

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"E é uma angustia do vazio o que eu sinto em mim. Ou o que eu não sinto. Passo e repasso todos os meus momentos numa fôrma de construção para entender o que de mim não sei. Para entender-me completamente e definir todos esses sentimentos que abarrotam meus pensamentos, esmagam meu ego e fecham minha glote.
Não consigo compreender pelo que estou passando estando aqui, no olho do furacão. E no olho do furacão há uma ilusão de paz, de coisas paradas. E eu sei que é só ilusão, e a ilusão não me basta.
Estou tentando sobreviver à base de ilusão nestes últimos dias dias: controlar minha mente, dominar meus passos, concretizar cada sensação. Mas há em mim uma suprema força que torna ridícula esta minha forma de vida iludida. E, foi quando essa força apertou o botão de emergência, que acordei com a angustia aqui dentro, latejante, que vi como sou fraca ao me iludir. E como quando o faço, a luz fraqueja nos meus olhos.
Esse minguar de mim causa um arrepio frio na espinha e um gosto ruim e pastoso no céu da boca. Fico de âmago mau, doente.
Depois que o botão foi acionado, eu oscilo entre a alegria e a tristeza, repentinamente. Não sei o que faço, se faço ou o porque de fazê-lo.
Minhas ganas são as de mandar às favas tudo o que me causa dúvidas e essa ilusão danada.
Mas minhas forças são parcas... e vazias.
Pois meus desejos maiores também são meus piores pesadelos.
Pois onde estou, se nem ao menos sei quem sou e como seguir.
Sinto-me fraca da vontade de viver uma vida que eu colori numa ilusão que não me oferece o que eu gostaria de ter. Que faz com que eu sinta a injustiça a cada fibra do meu corpo... e que deseje ardentemente o que tivesse sido, mas não foi."


[C.B.O.]

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