quinta-feira, 25 de junho de 2009

Perfil..kut!

quem seria eu em mim sem você?

como num prato de sopa de letrinhas, vivo desenhando palavras pelo ar, e respiro pessoas.
numa onda de necessidade e amor, vivo pelas pessoas que me cerceiam, pelas pessoas que me amam, pelas pessoas as quais faço falta, pelas pessoas que lembram meu nome, pelas pessoas que me reconhecem na rua, pelas pessoas que recordam alguma coisa particular, só minha; pelas pessoas que falam de mim, pelas pessoas do meu dia-a-dia e pelas pessoas do meu de-vez-em-quando.
vivo de pessoas.
e, principalmente, vivo para as pessoas que amo.
pois o amor que sinto é tão grande que abarca desconhecidos. tão grande que suporta amar até mesmo àqueles que me odeiam. tão imenso que sobrevive através do tempo e do espaço, alimentando-se de migalhas e suportando o peso dos anos e dos esquecimentos. tão incomensuravelmente pleno, que não posso deixar de senti-lo.
e eu encho a boca, fecho os olhos, respiro fundo.. e amo.
como se fosse o único motivo pelo qual valesse a pena viver. e não o é?
amor.
e me faz falta a vida não ter tempo suficiente. pois vivemos numa viagem de carro. numa viagem de ônibus, numa viagem qualquer... nosso caminho só nos permite admirar um lado da paisagem de cada vez. um lado em detrimento de outro.
a vida é 'a' escolha da paisagem.
viver é optar por um lado, por um modo, por viver ou não.
a sorte é que a mudança é possível..mas você muda de um lado para não ve-lo mais, e sim ver o outro e, no fim, queda escolhido.
escolhas.
estou numa fase de vida onde todas as respostas necessárias estão na palma da minha mão, esperando, pacientemente, que haja força nos meus braços para lançá-las ao vento. e essa força ainda não há.
mas sinto uma onda de sorte empurrar-me forte para frente, e eu não tenho medo de seguir. não tenho medo de viver, não tenho medo de levar da vida o que ela me oferecer; mesmo se tantas vezes a oferta não for tão agradável...
mas eu quero voar! e quero voar alto, como minhas respostas!
contudo, há uma vírgula que me segura, que segura minhas palavras...
e eu me atrapalho numa insegurança imatura que faz com que eu não acredite no amor que as pessoas sentem por mim. (ou que eu não mereça esse amor, e ele seja sem sentido).
e eu sei que as pessoas gostam de mim.
elas me reconhecem nas ruas, me olham nos olhos, me sorriem..
elas sabem meus modos, pressentem meus desgostos, respondem às minhas perguntas, adivinham meus pensamentos, conhecem meu interior.
e, às vezes, o conhecem melhor que eu.

e vai girando a minha roda da forturna.
e eu não sei o que seria de mim sem você! você, leitor!
não sei o que seria de mim se não houvesse ao menos uma pessoa que parasse e desse algum sentido às palavras que aqui joguei, ao vento ..

[c.b.o]

"eu sou é eu mesmo. divêrjo de todo mundo."
(gsv)

"amar é não ter. inclusive amor é a desilusão do que se pensava que era amor."
( o ovo e a galinha)

"as saudades matam e, para fugir-lhe à morte, vale a pena arriscar a vida."
(machado de assis)


"(...)
i lost two cities, two rivers, a continent
i miss them but it wasn't a disaster
even losing you
the jocking voice
a gesture i love
i shan't have lied
it's evident, the art of losing's not too hard to master
though it look like (write it!)
like a disaster."
(one art)

"que importa que uma estrela já esteja morta se ela ainda brilha no fundo de nossa noite e de nosso confuso sonho?"
(rubem braga)

"cuando muera una persona amada debe sembrarse un jazminero para recordarla todas las noches."
(cien años de soledad)

"ce ne sont pas mes gestes que j'escris;
c'est moi, c'est mon essence."
(montaigne)


...

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