sexta-feira, 19 de junho de 2009

Por um sonho profundo.

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Nós nascemos, nós sonhamos, nós somos desiludidos pelo mundo.
A vida nos dá duas escolhas: acreditar nos nossos sonhos ou desistir deles no meio do caminho.
Eu, um dia, esperei encontrar meu príncipe encantado. Um príncipe com cavalo branco, sorriso dourado, olhos cintilantes e milhões de planos de vida. Esse príncipe viria num dia claro, quando eu estivesse à beira da janela admirando um jardim florido. Nossos olhares se encontrariam, minha boca esboçaria um sorriso e eu abaixaria o olhar, por timidez. E, ao mesmo tempo, minhas mãos suariam e meu coração pulsaria tão forte que eu temeria morrer. Morrer por viver demais. De diante ocorreriam algumas palavras, trôpegas palavras, encontros fortuitos e uns beijos roubados à meia luz. Tudo numa magia de existir.
E o "felizes para sempre", fim.
Mas não foi assim. E a vida me mostrou que nunca seria.

Contudo, a princípio, as desilusões foram em montinhos desconstruindo o sonho. E meu príncipe poderia não aparecer num cavalo, nem precisaríamos de tantas cerimônias, mas haveria o "felizes para sempre".

Depois passei a desacreditar em olhares abaixados e timidez. Por fim, decidi que nunca haveria príncipes... muito, muito, muito menos qualquer sintoma de final feliz. E que a magia era um pó invisível e intocável.
Resignada, devotei meus dias à espera de mansidão e paz. Uma pessoa amiga, uma palavra carinhosa e, com muitíssima sorte, mãos dadas num fim de tarde.


Sorte.

Eis a chave mágica de um mundo de sonhos que se torna real. E, com sorte, estive parada, na janela, no momento que um cavalo branco trazia um príncipe... Não perfeito, mas com botas furadas e um sorriso frouxo. E ele vinha dum mundo de desilusões. E meu príncipe, por sorte, sempre sorte, me viu parada à janela. E eu estava tão distraída olhando o mundo passar, que quase o perdi de vista. Ele estava passando, me viu e quase partiu.
E num quase, meu castelo de sonhos quase desmoronou por completo. E esperanças não mais existiam quando meu pequeno príncipe apeou-se de seu cavalo e ofereceu-me sua mão. E eu dei a ele a minha.
Num toque de medo, fé e coragem.

Num toque intenso e tão pleno, nossas mãos pares formaram um só ser. Apenas um-em-dois.
Ele surgiu e o medo de viver agora substituiu o medo de não mais existir. E o medo de viver inclui reinventar, resonhar, reiludir um mundo de príncipes , flores, sorrisos e felicidades.
Mas as pessoas não sabem lidar com a felicidade. A infelicidade é mais fácil, é mais comum...precisa ser reclamada, conclamada de injusta, gritada, fere e é comum à maioria. Talvez essa seja a razão da felicidade não ser compreendida: justamente porque não precisa compreender ou entender ou pensar. A felicidade só quer ser vivida: sem julgar, sem exaltar, sem tabelar: VIVER.

E surge o medo.
Pois que o medo é dessa sensação de liberdade, do sem regras que a felicidade impõe. O medo é porque TUDO pode acontecer... e o tudo é vasto demais.
(eu, hoje, reacredito em príncipes humanos).

[A menina]

[c.b.o]



... Não sei se já cruzei meu príncipe, minha janela, meus sonhos. Mas há planos, projetos e desejos.


"Feliz Aquele que sabe o que procura, pois quem não sabe o que procura, não vê o que encontra."


Fica a chance.
beijos.

Criseida.

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