Como um barquinho de papel nas águas turbulentas de uma banheira, eu vou-e-volto.
E você me espera, vocês me esperam... e eu me espero.
Como um soluço que não quer passar, eu me seguro firme, rija, doce, ao seu lado.
Quando eu cai, achei que a coisa mais difícil seria levantar da cama e viver. E foi difícil, quase impossível, pois eu não queria mesmo mais viver.
Queria ficar ali e ser, para sempre, o ser que não é mais.
Por que simplesmente é mais fácil não ser do que ter que se refazer dia-a-dia, a todo momento.
E a vida é assim: "segundas e sábados..." e quando a gente menos espera, lá está ela cobrando seu tostão.
Mesmo fraca, sinto-me forte.
Mas me cansa a fraqueza dos que me cerceiam.
E quanta fraqueza têm me cerceado!!
Fico me questionando dos motivos e razões e...tudo numa sem-razão-sem-fim, que nem sei mais.
Ontem eu estava chorando e cai.
Mas levantei.
Dai encontrei alguéns para me alegrar e sorrir.
Depois descobri que esses alguéns estavam cheios de furos e de dores.
Foi triste ter que me reabilitar para ajudar aos outros alguéns.
Mas eu sou assim: vivo por doação. Quando eu me dou, sou mais eu.
E é assim que meu hoje se faz.
Nessa ciranda maluca do amor transpassado.
O amor que transpassa e macula. Que dói. Que arde. Que nos faz cair ao chão.
Mas eu quero o amor desmedido, furado...
Antes ele do que a ausência do amor.
[C.B.O.]
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