quarta-feira, 8 de outubro de 2014

É primaVEReu

Por ser primavera, estou exalando poesia por todos os poros.
Olho, logo contemplo. Penso, logo poetizo.
Adentrei a poesia da vida nesta primavera de 2014, insensata de razão, delirosa de alegrias, descamando de tristezas: estou eu, toda lírica.
Quero me livrar das garras da linguagem, mas o movimento dela, constituindo-me, torna intrínseca nossa relação. Busco grades de fuga, busco túneis de revolta, trajetos de ousadia: nada nos desvencilha, a primavera e eu, feitas como a essência mais bruta, uma para a outra.
Tentar me desvincular da poemavera que se tornou minha vida só torna o lirismo mais acentuado. Tiro uma fotopoema como se fosse o arroz-salada do prato de alguém, mas, neste estacionar do ano, a cor fica bonita, o céu fica mais claro, o  contorno das folhas revela-se propicio ao devaneio. Ilusões ideópticas.
Já tenho 4 textos escritos na minha cabeça. Um outro dia escrevi um texto mental antes de dormir. Até no metrô Paulista, às 7 horas da noite, vejo poesia nas pessoas. Estou enlouquecida.
Parem os bondes, preciso descer.

Nasci no mundo errado, na geração errada, na estação correta: o inverno que cerrou meus olhos me deu o prazer de somente abri-los quando os dias floridos raiassem: é primavera, são as flores amarelas, é o amorego...

cbo.

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