terça-feira, 19 de maio de 2015

Meu amor, cadê você? Eu acordei, não tem ninguém ao lado.

Nalguns dias a vida corre feito fogo rasteiro. Ríspida, não vacilando em nos magoar uma parte do corpo.
Em dias que acordo sôfrega, sei que não importam as tentativas frustrantes de sorrir. Vou colorindo de cores múltiplas minhas amarguras. Ao final do dia, cortada pelo vento gélido no rosto, desapareço dentro da minha tristeza.

Ouço Adriana cantar. Por fora, silêncio. Por dentro, oco.
E não há ecos no oco de mim.

Cobro-me, julgo-me, torturo-me por jogar comigo mesma. Brigo por não saber não ser o que eu não sou. Ser o que deveria ser é o caminho ideal para os desmazelos não ocorrerem mais. Apenas não sei não me ser. Sinto, mas sinto. Algemada nessa agonia de não ser o que deveria ser, sigo me sendo, insensata, tola, insegura full time.

Agora o som abaixa.
Do outro lado da linha, uma voz tranquila. Passei um dia intranquila por sua ausência. Mas a tranquilidade do outro lado, ao invés de me acalmar, deixa-me mais triste pelo tempo que perdi, perdida de mim. Cubro-me com um manto de proteção. A camada que não é de mim e tenta fazer-me ser quem não sou, aquilo que não desejo, mas preciso ser. Almejo. Não influência, mas determinantemente.

Será que você, meu bem, será que você, não vem... ?

[cbo]

Nenhum comentário: