domingo, 30 de março de 2014
Tallesmente... alguns poemas
Coração filho da puta
às vezes sangra
às vezes muda
de grão em grão
o homem enche
o saco
de ter coração.
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Ponto de desencontro
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Você estava por dentro
Eu estava por fora
Ninguém faltou.
O tempo que foi embora.
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Tirei meu cavalo da chuva
tá tranquilo, meu amor
ele nunca se molhou.
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Alguém,
que não eu
vai tirar a roupa
vai deitar na minha cama
vai abrir-se numa segunda
vai evaporar-se
para sempre.
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“Não há amor que chegue”
Quando Ele chega
É apenas corpo, pele, boca, olhos
Depois
Partida
E uns oito quarteirões de ausência
De modo que não há
Não há deus teu
Amor que chegue
Falta água, falta luz
Falta internet, comida
Principalmente amor
Nunca vi esse bicho
Amorquechegue.
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Dois Fôlegos
Falar da tua pele
Tua cor
Teu sorriso
Incapturável
Falar de ti:
Inenarrável.
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Ainda hei de me perder
Nas curvas das tuas idéias
No caminho dos teus acidentes
Eu ainda hei de me perder
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que revelem-se
todos os descabimentos:
nem tudo é pele,
mas tudo é poesia.
quem chora e não goza
deve ir-se
embora.
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Os que partem
carregam um cofre sem chave,
pedaço que não nos cabe
foragido da eternidade.
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Eu perco poemas e perco amores
foram-se e ficaram.
Sendo uma,
as cousas,
são várias
vária
acabar é
acabar sendo.
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Morres
porque nado
no lago da tua ausência.
Estamos dando margens.
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Deus é mulher
e se chama brisa.
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Perturbação
Amar,
assim de verdade
não sei se te amo,
mas que tu me perturbas
perturbas!
Fica impossível não te contemplar
embasbacado.
Por mais que eu procure
não vejo imperfeição.
Amar,
assim de verdade
não sei se te amo
mas que tu me perturbas
perturbas!
[Talles Azigon]
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