domingo, 20 de julho de 2014

uma Roda chamada Gigante.

Não obrigamos ninguém a sentir o nosso cheiro.
Não somos capazes de ser o colo e abrigo ideais para qualquer um.
Muito menos conseguimos o encaixe perfeito dando o beijo na boca que  não se abre.
Algumas coisas apenas não são porque independem dos nossos quereres.

...
Mas não podemos deixar de ser, apesar de.
Não podemos deixar de querer que o outro goste do nosso cheiro.
Não podemos deixar de querer ser colo e ser um bom abrigo contra as tempestades que invadem todos nós, nos contrapassos de existir.

Também não podemos ser tudo para qualquer um.
Também devemos dizer não, também seremos a boca que não se abre.

É nesse jogo da contradição humana que esperamos a roda girar
e
paciente
-mente
chegar o momento do encaixe:
onde o cheiro faça falta, onde o colo seja buscado e os beijos unam as almas.

Chega.

[cbo]

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